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Além da banda larga, receita das operadoras com 5G virá de novos casos de uso


A quinta geração da telefonia móvel (5G) será implantada em um mercado maduro, no qual a baixa taxa de crescimento impõe desafios às operadoras. O principal deles é que o maior ganho financeiro não virá do aumento da venda de banda larga aos clientes.


Durante sua palestra no Telco Transformation Latam 2019, evento da Conecta Latam realizado dias 18 e 19/09 no Rio de Janeiro, Arivaldo Lopes, principal analista da Ovum, ressaltou que prestadoras de serviços de telecomunicações precisam formatar novos modelo de negócios, principalmente, voltados para o mercado corporativo, a fim de potencializar os ganhos com a nova geração.


“5G começará como uma evolução e, ao longo do tempo, será uma revolução com novos casos de usos”, disse Lopes, acrescentando que a nova geração nasce com maior número de dispositivos suportando-a. De início, 5G deve representar maior velocidade de internet banda larga, mas, a partir de 2022, espera-se que surjam casos mais revolucionários. “5G não será sucesso se for só velocidade; precisa trazer novos mercados”, disse. A expectativa é que, em 2023, a região da América Latina detenha 10% do mercado mundial de 5G. No ano que vem, a China deve começar seu lançamento e isto é importante por causa de escala de mercado, impactando os preços dos equipamentos.


Competição com OTTs O cenário desafiador para as operadoras vai além de 5G. A competição vem, há anos, de empresas cujos serviços estão baseados na internet — conhecidas por OTT (do inglês, over-the-top) — e que estão abocanhando parte do faturamento das telcos. Assim, o aumento das receitas das prestadoras de serviços de telecomunicações virá da diversificação de serviços.


“O tamanho do mercado tradicional das telcos é de US$ 1 trilhão. Isto representa basicamente receita com conectividade e é muito maior que os demais [anúncios digitais, TV paga, games digitais, casa inteligente, vídeo OTT etc.], mas o problema é que o motor de crescimento do mercado das operadoras se deslocou para serviços digitais”, explicou Lopes. Ainda que telecom seja crítica para a indústria digital crescer, o modelo tradicional está bastante desafiado e cresce a taxas bastante inferiores.


As empresas de telecomunicações precisam se transformar para fazer frente aos grandes competidores que vêm ganhando mercado e que estão crescendo mais. Em sua apresentação, Lopes apontou alguns caminhos, como direcionar atenção a áreas de atendimento ao cliente para assegurar que tenham uma boa experiência; atualização dos sistemas legados; novas ofertas como casa conectada, streaming (que demandam banda larga cada vez mais veloz e estável) e internet das coisas. “IoT é um mercado nascente. As pessoas estão preocupadas com segurança e funcionalidades. Ainda tem muita coisa para se aprender, mas é uma oportunidade de ouro para quem conseguir instalar e se comunicar com o cliente. Conforme aumenta a quantidade de dispositivos no domicilio, aumenta a preocupação com gerenciamento”, disse.


por Roberta Prescott




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