Por: Roberta Prescott
Conforme as prestadoras de serviços de telecomunicações abraçam novos modelos de negócios, os desafios de segurança aumentam. “As operadoras têm diversificado seus produtos para além de telecomunicações. A TIM, por exemplo, tem serviços financeiros com o C6 Bank, tem projetos educacionais. Então, precisa sempre balizar por cima o tipo de autenticação e identificação de fraude, porque os serviços financeiros têm régua maior e, à medida que prestamos estes novos serviços, temos de subir a nossa régua”, ponderou Lívia Franciulli, líder de antifraude na TIM.
Painel na 5ª edição do Telco Transformation Latam, neste ano, em formato presencial, debateu os desafios e as tendências da área de fraude. Eles apontaram que o advento de tecnologias disruptivas acrescenta complexidade à gestão da segurança e apontaram que os fraudadores estão sempre explorando as vulnerabilidades. “As fraudes sempre vão acontecer; trabalhamos para mitigá-las e é um trabalho contínuo”, disse Lívia Franciulli.
Os especialistas também discutiram o papel da inteligência artificial na prevenção à fraude e para melhorar a segurança. Andrea Ayala, responsável pelo departamento de prevenção a fraudes na Personal Paraguay, ponderou que está havendo uma evolução de acordo com as regras dos algoritmos, estabelecendo-se regras que sejam mais severas ou flexíveis, conforme o aprendizado melhora. Na mesma linha, Leandro Mendes, líder de gestão de risco na Hewlett Packard Enterprise, acrescentou que IA não vai substituir as regras, mas irá apoiá-las. “E, quando isso acontece, você começa a confiar mais nos parâmetros que estão vindo, mas não é algo que vai acontecer em seis meses, mas é algo fluido”, explicou.
Luis Becerra, gerente de tráfego e fraude na Antel Uruguay, a Covid-19 mudou bastante o cenário. “Temos um antes e um depois da pandemia. Todas as atividades evoluíram, muitas passaram a ser remotas e isso gerou excesso abrupto de utilização de aplicações por pessoas menos experientes e mais expostas a fraudes. Acho que machine learning e IA continuarão a ser úteis, a começar por automação e detecção de fraude. Sem tais ferramentas isso seria mais difícil”, disse.
Outro ponto colocado pelos especialistas é o fato de terceiras partes estarem usando a estrutura de telecomunicações para autenticar os seus produtos, o que acrescenta riscos, uma vez que são mecanismos de autenticação planejados para atender às necessidades de telecomunicações e para proteger a privacidade e comunicação dos clientes das telcos. Por isso, podem não estar preparados para outros fins.
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