Os dados providos pelos usuários e que circulam nas redes são insumos ricos para as prestadoras de serviços de telecomunicações tomarem decisões em prol da qualidade. No entanto, é preciso ficar atento às questões de privacidade, obedecendo os preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A experiência da Claro, conforme relatou Eusebio Costa, gerente de inteligência de redes da telco, em painel no Telco Transformation Latam, evento da Conecta Latam, realizado nos dias 29 e 30/08, no Rio de Janeiro, está em colocar os dados de pontos de contato do cliente, entendendo o terminal, passando por backhaul, pela rede de transporte e chegando ao core, saída da internet e CDN para entender os comportamentos da rede.
Trata-se de um volume grande de informações que permeia toda a cadeia e abastece diferentes áreas como marketing para entender, por exemplo, a quantidade de habitantes de uma determinada região e montar a rede. Para entender todo este montante de dados, Costa aponta que a inteligência artificial será o caminho. “A ciência de dados vem para reduzir esta complexidade, provendo inteligência em cima dos dados”, disse.
Alessandro Rodrigues, head de vendas para América Latina da Radcom, uma empresa que provém service assurance, apontou que a dificuldade para fazer o monitoramento dos serviços que os clientes usando diminuiu com os anos. E um dos aliados tem sido o algoritmo. “Temos soluções hoje diferentes do que tínhamos no passado, quebrando alguns paradigmas e aqueles modelos de ter carros espalhados e fazendo percursos. Desenvolvemos algoritmos que recolhem as informações”, destacou, enaltecendo as capacidades de IA e machine learning para a função.
Na mesma linha, Lourenco Lanfranchi, diretor-sênior de vendas da OOKLA, apontou que, há alguns anos, não havia capacidade de coleta e processamento que existe hoje e nem de apresentar os resultados em tempo real. “Esta evolução aconteceu nos últimos quatro ou cinco anos e veio em cima machine learning”, destacou.
No entanto, toda a discussão sobre a coleta e o tratamento passa pela LGPD, conforme salientou Eusebio Costa. “O princípio básico é a proteção de dados e privacidade. Quando a gente trabalha com sonda, o CDR, que é uma fonte bem consolidada dentro da empresa, onde existe informação do cliente ela é mascarada, temos funcionalidades de anonimização”, explicou.
Entre os casos de usos apontados, está o de clientes 5G que não usam o plano, começando apenas pelo 4G. E, olhando adiante, Alessandro Rodrigues contou que há projeto para permitir que um cliente pague zero latência para quando, por exemplo, for assistir a um jogo em streaming. “Através do slicing conseguimos monitorar o cliente fim a fim para detectar e informar degradação antes que ela aconteça para que possa ser tratada. É service assurance que também estamos tratando como use case”, contou.
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