IA, 5G e dados: as oportunidades das telcos na AL
- kaiqueamaral1
- hace 2 horas
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No painel de encerramento, analistas da América Latina falaram sobre suas perspectivas para o mercado de telecomunicações da região
Roberta Prescott
O uso de inteligência artificial para transformar as redes das telcos em uma infraestrutura autônoma de modo que combine otimização e monetização foi um dos principais temas debatidos nos dois dias do TELCO TRANSFORMATION LATAM 2025, evento realizado pela Conecta Latam nos dias 27 e 28 de agosto no Rio de Janeiro. No painel de encerramento, analistas da América Latina falaram sobre suas perspectivas para o mercado de telecomunicações da região.
Para Ari Lopes, practice leader, service provider Americas Markets na Omdia, os casos contados durante o evento reforçam a estratégia das prestadoras de serviços de telecomunicações de usar inteligência artificial generativa. “Acho que vamos ter uma aceleração grande quando estes casos deixarem de ser provas de conceito e permearem toda operação, tanto na área de desenho de rede, como no suporte ao cliente, em finanças. Tudo isso vai mudar o jeito da operadora ser gerenciada”, disse o analista.
Outra tendência evidenciada por Lopes sai de tecnologia e entra na estrutura de mercado. Ele acredita que que haverá consolidação. “Se você olhar a Europa, é um continente rico, mas pulverizado porque o drive regulatório foi manter os mercados competitivos para evitar uma consolidação forte. Mas acho que isso deva mudar nos próximos dois anos. A mudança de CEO da Telefónica acelerou a saída dela de alguns países e o CEO falou no Mobile World Congress que o foco é a Europa”, explicou Lopes.
Apresentando uma visão mais otimista, de “copo meio cheio”, João Bruder, principal analyst Americas na GlobalData, ressaltou que a previsão da consultoria para o setor é de uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5% em receitas em dólares. “Todo mundo quer ser parceiro de telco; se telco fosse tão ruim, não tinha tanta gente batendo à porta. E as operadoras têm dados entrando. Então, se dado é o novo óleo, a telco tem onde tirar este petróleo”, frisou Bruder.
Contudo, o analista da GlobalData ressaltou que ter a disponibilidade de dados é uma coisa e outra é conseguir alavancá-los. “E tem muitas aplicações novas de terceiros que usam a rede sem que as telcos tirem benefício disso (e isso machuca as telcos). Não vejo outra maneira sem ser por tratamento de dados e com parceria. Haverá movimento de acomodação, mas hoje as donas dos apps, as big techs, estão levando vantagem”, explicou Bruder.
Também otimista, Ignacio Perrone, research director, information and communications technology, na Frost & Sullivan, disse acreditar em oportunidades. “O que vemos é que se forma um cenário de latência zero, com, cada vez mais, centros de dados, edge computing, fibra ótica, cabos submarinos e tudo isso faz com que nos aproximemos de latência zero. Principalmente, nos centros urbanos, este cenário será muito diferente do que vemos hoje”, acrescentou à discussão.
Já Henrique Rodrigues, head of market intelligence LATAM da FABRIC, se disse não otimista, mas realista, e levantou o tema da lacuna que ainda existe no mercado, apesar da digitalização acelerada. “Ainda temos muito que crescer e evoluir neste cenário. IA deixa ambiente mais competitivo, com nível de exigência mais alto e competição mais agressiva. Vídeo e gaming são uma tendência importante, com crescimento de 30%. E vemos investimentos altos acontecendo, mas a conta tem de ser paga, sendo preciso converter em monetização”, defendeu Rodrigues.


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